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Minha Família Descobriu que sou Acompanhante e Agora?

Minha Família Descobriu que sou Acompanhante e Agora?

Foto de Redação Nina Sag

Redação Nina Sag

4 minutos de leitura
Minha família descobriu que sou uma acompanhante e agora?

Você que acompanha o Fatal Blog e semanalmente faz a leitura da minha coluna já deve ter percebido que o trabalho de um(a) profissional do sexo é um mar a ser explorado, certo? Existem muitas experiências para serem vividas, muitas pessoas com personalidades tão diferentes para se conhecer e desfrutar de boas companhias. Porém, um medo constante, principalmente dos novatos no mercado, é a exposição e o medo quanto a família descobrir sobre a verdadeira profissão.

Há aquelas pessoas que entram de corpo e alma e assumem a profissão publicamente, inclusive, para a família. Outras precisam se esconder de todas as formas possíveis para não ter problemas ainda maiores. Qual é o seu caso?

No meu meio de colegas profissionais já vi de perto algumas experiências muito ruins vividas por quem tem a vida dupla descoberta pela família. As desconfianças, normalmente, acontecem pelas fotos nos anúncios vistas por algum membro ou conhecido da família ou ainda pela a alta quantia de dinheiro que a acompanhante começa a movimentar sem precisar ficar oito horas batendo ponto em alguma empresa.

Conforme já mencionei em outro artigo aqui no Fatal Blog, essa questão familiar é um dos maiores receios das acompanhantes. Por isso, resolvi expandir esse assunto.

Continue a leitura!


O que fazer agora que minha família sabe que sou um(a) acompanhante



A resposta é um tanto complexa! Sempre achei que estaria preparada para quando esse momento chegasse, mas na verdade, todas as minhas estruturas ficaram terrivelmente abaladas. E isso me exigiu um grande esforço para eu me manter firme nas minhas convicções.

Fui forte e hoje em dia posso dizer que, apesar da minha família não concordar com a minha profissão, dada todas as outras áreas que eu poderia atuar, eles respeitam a minha escolha sem palpitar, pois sou eu quem pago as minhas contas e mantenho a mesma postura que sempre tive com eles também, a de respeito recíproco.

Volto na questão da complexidade, pois há aquelas famílias com a cabeça mais aberta, que vai entender e até apoiar. São raras, mas existem, principalmente, mães e irmãs. Porém, a grande maioria vai virar a cara por um bom tempo.

Outro fator que influencia muito é a sua postura diante da sua família, se você sempre foi a “vida louca”, se nunca assumiu nenhuma responsabilidade ou se já se envolveu com drogas e álcool em excesso, é muito provável que os seus familiares terão medo que a profissão vá piorar esses desafios.

Outra possibilidade é que, talvez, ainda que você seja um exemplo de dedicação, a sua família jamais aceite por ter crenças religiosas muito enraizadas ou ainda muita preocupação com o status social.

Seja forte e deixe o tempo fazer o seu trabalho

Para tudo tem seu tempo! Muitas acompanhantes que eu conheço são formadas, algumas fazem outros trabalhos para complementar a renda e estudam. Num resumo, tem uma vida normal das outras mulheres e seus sonhos e projetos. Se você continua nesse ritmo, focada no seu futuro, com o tempo a família vai entender.

Esteja preparada emocionalmente e financeiramente (confira algumas dicas aqui). Emocionalmente para tudo de ruim que você possa escutar vindo da boca das pessoas que você ama, acredite: dói muito, mas passa. E financeiramente para caso você precise mudar de residência, isso também acontece. Ou a acompanhante é expulsa de casa ou a convivência se torna muito complicada e aí é melhor você procurar seu próprio canto ou dividir com alguma amiga.



Para sua Família não Descobrir: Melhor prevenir


Se a sua estádia na profissão é curta, o ideal é você manter em off. Não vale a pena o estresse. Para isso, você precisa ter um trabalho extra ou um de fachada. Pode, por exemplo, arrumar algo para vender de forma autônoma, que te dê flexibilidade para sair a qualquer hora do dia.

Se tem alguma característica física muito marcante, uma tatuagem, por exemplo, muito cuidado ao fazer fotos para o anúncio. Existe produtos no mercado ou aplicativos que ajudam a disfarçar. Colocar uma tatuagem de hena, inclusive, é uma estratégia também de disfarce que às vezes precisamos usar.

Investir num batom forte nos lábios, caso você não tenha costume de usar no dia a dia, também é válido ou até uma peruca com tamanho diferente do seu cabelo. Apenas cautela para não distorcer demais sua imagem e isso implicar no momento do atendimento.

Agora se você mora numa cidade pequena, o cuidado deve ser dobrado. Há um risco muito grande de agendar o encontro somente por telefone sem ver foto da pessoa antes do encontro e ao chegar no local combinado, dar de cara com o pediatra da sua filha, como aconteceu comigo ou ainda que veja a foto, perceber que o sujeito é o seu próprio cunhado, como ocorreu com uma amiga. Sim, isso acontece!


Tenho filhos, devo contar?


Tudo depende nesse caso também. Depende da idade dos filhos, depende do tipo de relação que você tem com eles e também o tempo que pretende ficar nesse meio. Vale a regra ali de cima, de quanto tempo pretende ficar nesse meio. Evite o desgaste emocional de algo que talvez eles não tenha nenhuma noção.

Ajuda profissional

Entenda que para algumas pessoas, tomar conhecimento que uma filha ou uma neta virou acompanhante é algo muito forte, talvez nunca entendam seus motivos, mesmo que não seja financeiro.

A gente não quer saber dos gostos sexuais dos nossos familiares. Então entenda que da mesma forma que você não curte saber da vida sexual dos seus pais ou irmãos, eles não ficarão feliz em saber dos seus, principalmente, quando é pago.

Se achar que precisa buscar apoio profissional de um psicólogo para você ou para eles, não hesite. Melhor passar um ano na sala de um terapeuta do que a vida toda se martirizando por escolhas temporárias.

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