Que a pornografia hoje é facilmente encontrada em inúmeros sites brasileiros e estrangeiros todos sabemos. E que homens e mulheres reproduzem esse modelo também. Mas como será que isso afeta a nossa sexualidade? Aliás, desde quando espelhamos nossas experiências no sexo dos filmes pornôs? E como isso reflete diretamente no mundo dos acompanhantes?
Nesse artigo, vamos contextualizar um pouco da sua história e descobrir como o sexo dos filmes pornôs guiou a vida sexual de muitas gerações. E ainda se faz presente na imaginação masculina.
Etimologia e um pouco de História
A origem da palavra pornô vem do francês com o grego – porné – que significa prostituta. Já o prefixo – grafia – quer dizer escrita, ou seja, quem escreve ou deseja. Há fatos encontrados na história que os primeiros relatos onde usaram a palavra pornografia foi no livro Diários de uma Cortesã. Em que o autor narra a vida sexual de prostitutas e orgias.
Então, com o tempo, a palavra pornografhos passou a ser usada em todo o contexto de sexo sem amor, segundo o historiador Sarane Alexandrian, que escreveu o livro A História da Literatura Erótica.
Existe registros também sobre os homens pré-históricos que já se expressavam sexualmente. Com desenhos nas cavernas enaltecendo órgãos genitais com a intenção de pedir ajuda aos deuses para a fertilização das suas mulheres.
A versão da pornografia atual tem origem lá na invenção da fotografia, onde corpos nus e praticando atos sexuais já eram fotografados. Quando o pornô chegou na versão cinematográfica, eram diferenciados com a marcação “xxx” para indicar a conteúdo adulto.
Na versão impressa, a Playboy foi a primeira revista de conteúdo adulto, criada em 1953, por Hugh Hefner, que virou símbolo de liberdade sexual. Mais tarde, surgiria a PenHouse, com a intenção de competir fortemente com a Playboy, trouxe conteúdos mais explícitos e rudes.
O que Aprendemos com os Filmes Pornôs
É impossível ignorar que o nosso comportamento sexual foi influenciado pela indústria pornográfica. E quando digo “nosso” e não somente dos homens, quero dizer com isso, que muitas mulheres também acreditam, ainda hoje, que no sexo, ela é quem serve ao homem, e não o próprio prazer. Como é visto na maioria dos registros pornôs.
Dependendo da sua geração, é muito provável que você, caro leitor, também tinha o hábito de acordar as duas da manhã para assistir filmes como “O perfume de Emmanuelle”, que passava num canal de televisão aberta.
O resultado dessa história é que muitos homens cresceram aprendendo na adolescência, pelos pornôs escancarados, como era sexo e vendo na figura feminina o objeto submisso dos seus prazeres.
Acompanhantes como Realizadores da Fantasia
Muitos dos jovens que aprenderam a fazer sexo pelas revistas ou telas cinematográficas, guardam nas suas memórias a fantasia e fetiches de ter seu desejo sexual realizado na mesma maneira.
Ereção e penetração infinita, penetração anal prazerosa para elas e satisfação sexual em beber o esperma finalizado na boca. Essas coisas geralmente pedidas durante um atendimento. O cliente guarda a fantasia para realizar com alguém, que, na imagem dele, é a pessoa certa para isso. Ou seja, acompanhantes.
Inclusive, já ouvi de alguns, que não ficaria confortável realizando “coisas desse tipo” – palavras dele – com a própria esposa, por conta dela ser a mãe de seus filhos. Na visão deles, a mulher considerada sagrada não pratica esses atos.
Outro estigma da sociedade, reflexo da pornografia são os jovens virgens, que optam por ter sua primeira experiência sexual com uma acompanhante. Foi assim que aprendeu nos filmes ou pior ainda, foi ensinado pelo pai que o normal era ir em um bordel para ter a primeira vez com uma profissional.
Muitos homens com certeza se frustram sexualmente por não atingir o mesmo prazer assistido na televisão ou lidos em contos eróticos. Criados com a falsa ideia que toda aquela encenação é o ápice dos prazeres.
Assim, o problema está na satisfação sexual, que é diferente para cada um. Por exemplo, o macho alfa protagonizado na pornografia, que é o ativo e o dominador, nem sempre sente prazer nesse papel. Pelo contrário, muitos homens só conseguem atingir o prazer quando percebem que conseguiram satisfazer as suas parceiras.
Por outro lado, muitas mulheres não conseguem ficar à vontade no papel de dominadoras quando seus parceiros pedem. Ou relaxar para receber sexo oral, porque também aprendeu que sua função é dar e não receber prazer.
Da mesma forma, ser dominado, ser um submisso ou um escravo sexual é o desejo de muitos homens que procuram por acompanhantes. Por não encontrar essa figura feminina dominante na cama em casa.
A Pornografia pelo Olhar de Acompanhante
Embora, a pornografia tenha influenciado negativamente o sexo por muitas décadas, ela não precisa ser eternamente a vilã. Nos últimos anos, com diversas discussões que vem crescendo sobre empoderamento feminino e liberdade sexual, esse cenário vem mudando.
As revistas foram substituídas por vídeos e sites acessíveis com uma rápida busca pela internet. O sexo mecânico vem sendo substituído por curtas histórias que contextualizam um ambiente sexual saudável, erótico e sensual. Representando melhor o que agrada o público feminino.
A educação sexual faz parte desse processo de atualizar velhos estereótipos sexuais, aprendidos na pornografia. Em breve, poderemos ver uma nova geração que pensa fora da caixa e fora das telas digitais. Resultando, na busca de um sexo igualmente prazeroso que alcance a todas as identidades de gênero.
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