Para quem ainda não sabe a história de como conheci a Lolla Poltronieri que, aliás, já contamos lá no canal do YouTube, foi por meio de uma pesquisa que estava fazendo para criar o meu próprio canal. O dela já existia exatamente com o nome que eu queria (Profissão GP). Passei um tempo acompanhando, mas infelizmente não demorou muito e ela saiu do ar com o conteúdo.
Quase quatro anos e meio depois, tive o prazer de conhecê-la, primeiramente por reuniões que fazíamos com a equipe do Fatal para organizarmos os roteiros da terceira temporada, que está no ar atualmente, e depois pessoalmente em São Paulo. A vida dá muitas voltas.
Lolla é uma acompanhante com muita experiência enriquecedora para compartilhar e embora sua vida seja muito corrida, dividida entre maternidade e trabalho, ela conseguiu um tempinho para responder essa colunista curiosa!
Lolla Poltronieri fala sobre sua carreira e vida pessoal
Nina – Lola é um prazer te entrevistar para a minha coluna. Vou te fazer muitas perguntas clichês para saciar a nossa curiosidade e a primeira é justamente sobre o seu nome de trabalho. Como ou por qual motivo escolheu o nome “Lolla”?
Lolla – Muito obrigada Nina pelo convite! Animadíssima pela nossa conversa! Bem, eu queria um nome fácil de lembrar, mas nada parecido com o meu nome verdadeiro. A inspiração Lolla veio justamente da Lolla Benvenutti, uma ex-acompanhante, que na época bombava nas mídias. Além do nome fácil, me identifiquei muito com ela pelo visual pin-up e por ela ter o mesmo signo que o meu (risos).
Nina – Você já contou no canal do YouTube sobre o motivo de decidir tornar-se acompanhante, mas conta aqui para os leitores do blog, como resolveu e por qual meio começou?
Lolla – Minha vida financeira e amorosa estavam um verdadeiro fiasco. Na minha cabeça, naquela época eu só conseguiria “ser uma garota de programa” se eu fosse trabalhar em uma boate para conseguir clientes. E assim o fiz.
Nina – Qual era a sua profissão antes de trabalhar como acompanhante?
Lolla – Eu tinha um salão de beleza na cidade. Minha especialidade eram as “super blondies“. Fiquei famosa por platinar improváveis cabelos pretos (risos).
Nina – Você mora em Vinhedo, interior de São Paulo, certo? Já sentiu vontade antes da maternidade de viajar o Brasil, fazer temporadas?
Lolla – Isso mesmo. Antes de ser mãe do meu filho, eu já era mãe de gatos (tenho cinco, mas já cheguei a ter seis), todos vítimas de maus tratos e abandono. Quando iniciei na profissão, logo sai da casa da minha mãe e três meses depois acolhi minha primeira gata na lixeira do prédio. Não deu tempo de pensar em viajar (risos). Eu jamais abandonaria minhas crianças peludas.
Nina – Em algum momento na profissão você chegou a se arrepender da decisão de ser acompanhante?
Lolla – Em nenhum momento.
Nina – Como surgiu a ideia de criar um canal no YouTube, quando ninguém falava sobre esse assunto abertamente nessa rede?
Lolla – Eu sempre tive muito a falar da profissão, mesmo com pouco tempo trabalhando na época. Eu tinha sede de que as pessoas entendessem o nosso lado. Eu queria que os clientes soubessem que eu também entendia o lado deles. Eu lutava pela legitimação da profissão “acompanhante” dentro de mim.
Eu vencia preconceitos internos e queria que as pessoas entendessem com a mente aberta o ofício. Assim como eu estava entendendo, queria mostrar como funcionava e como se abria um horizonte pra mim. Eu não podia falar sozinha, alguém tinha que me escutar e aprender tudo isso junto comigo!
Nina – Emendando também, como foi a ideia do seu site?
Lolla – Eu estava cansada de toda hora ter de enviar fotos. A rotina de gravação, edição de vídeos, o Instagram na época eu movimentava bastante, aliado aos atendimentos, ficava impossível dar minimamente atenção ao cliente. E eu gosto de profissionalizar tudo. Se é empresa, tem que trabalhar de uniforme. Se vende produto, tem que ter sua logomarca. Se é a sua imagem que você vende, aliada ao sexo, tem que ter seu site. Coloquei tudo lá e pronto. Hoje não me vejo sem meu site.
Nina – O que você acha que encanta mais o cliente que te procura?
Lolla – Eles dizem que sou uma pessoa muito legal, que tenho um papo bacana, trato de igual para igual e que sou safada (risos).
Nina – Alguma vez teve que lidar com alguma situação ruim durante o atendimento?
Lolla – Sim. As piores são sempre as “entradas forçadas” (tentar a todo custo o sexo sem preservativo). Eu nunca cedo, mas ao término, nunca mais o atendo. Essas são sempre as situações piores para mim. Eu perco a paciência, mas venço o cliente pelo cansaço. E nunca mais ele é atendido.
Nina – Como foi contar para sua mãe sobre a profissão? E alguém da sua família deixou de falar com você?
Lolla – Minha mãe descobriu pelo Facebook. Fez um drama, mas como choque de realidade é minha palavra de ordem, se conformou rapidinho. Eu nunca beirei muito família para ser sincera. Com certeza sabem e ninguém se pronuncia.
Nina – Você acha que o mercado de acompanhantes mudou de cinco anos para cá? O que você percebe de diferente de quando começou para quando retornou?
Lolla – Mudou demais! Muitas pessoas dispostas a trabalhar com sexo e também a fazer tudo em função da crise econômica e sanitária (pandemia). Percebo realmente um “boom”. Eu não sei se as pessoas tinham vontade e a crise soltou… Eu era sozinha praticamente na região. Sabia onde atendiam e quem eram as únicas duas em um raio de 50 km. Hoje não dá mais para contar! São muitas!
Nina – Em outra oportunidade você já comentou que dá mentorias para garotas iniciantes, certo? Qual você acha que é o maior erro de quem está iniciando?
Lolla – Isso mesmo. Não sabem olhar para si, seu corpo, seu sexo, seu conteúdo (cérebro), e fazer uma autoanálise “do quanto vale” aliado a uma pesquisa da concorrência. Elas sempre colocam um preço aleatório. Se a coleguinha cobra R$ 200, vou cobrar também, se “ninguém veio vou baixar mais o cachê”. Essa é a reclamação número 1 que recebo das minhas alunas de mentoria.
Nina – Algum cliente que já te marcou positivamente?
Lolla – 99% me marcaram positivamente. São encontros sempre muito positivos e deliciosos!
Nina – Aquela pergunta que eu jamais deixaria de fazer, pois acredito que uma hora sempre acontece. Já se apaixonou por algum cliente?
Lolla – Já. E foi justamente o primeiro! Mas demorou duas semanas para eu cair na real e pronto. Vida que seguiu e graças a Deus.
Nina – Vamos falar de fantasias, tem alguma que já recusou e não faria de jeito nenhum?
Lolla – As famosas parafilias. Respeito demais quem as realiza, por fetiche ou por dinheiro mesmo. Mas não é pra mim.
Nina – Qual a que os seus clientes costumam pedir com mais frequência?
Lolla – Lugares inusitados. E também tem muitas fantasias com corretora de imóveis, ou que eles são corretores e eu quero comprar o imóvel… é uma loucura parece que todo mundo combina de fazer igual.
Nina – Você tem metas semanais ou mensais?
Lolla – Tenho metas diárias!
Nina – Como conheceu a Plataforma da Fatal Model?
Lolla – Há 5 anos eu sentei na frente do computador pra anunciar em todos os sites gratuitos da minha região. Dentre esses sites, apareceu a Fatal Model!
Nina – Como surgiu o convite para ser Embaixadora?
Lolla – A equipe da Fatal Model conhecia meu trabalho por conta do canal no YouTube e entrou em contato comigo.
Nina – Um conselho para quem está começando agora?
Lolla – Siga sua intuição, não siga o dinheiro.
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