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Entrevista com Victoria Dornelles – O que a embaixadora vivenciou em um ano como acompanhante

Entrevista com Victoria Dornelles – O que a embaixadora vivenciou em um ano como acompanhante

Foto de Redação Nina Sag

Redação Nina Sag

5 minutos de leitura
Entrevista com Victoria Dornelles - O que a embaixadora vivenciou em um ano como acompanhante

Há alguns meses, quando a acompanhante Victória entrou para a equipe da Fatal Model como influencer e, logo após, como embaixadora, fiquei super curiosa sobre o perfil dela. De cara a achei linda e com uma energia contagiosa.

Algumas semanas após essas primeiras aparições dela nas mídias do Fatal, tivemos a oportunidade de estarmos em uma reunião virtual e pude perceber que era a mesma menina alegre dos vídeos no Instagram.

Como escritora, me bate a mesma curiosidade dos leitores em saber mais sobre a mulher trans do outro lado da tela. Victoria Dornelles contou aqui no Fatal Blog sobre sua transição. Com apenas dezenove anos e morando no interior do Rio Grande do Sul, demonstra saber bem a que veio.

Bate-papo com Vic Dornelles

Convidei a Vic (já me sinto íntima), que é essa garota forte e cheia de personalidade, para um bate-papo e entender como está sendo a sua trajetória desde a decisão de tornar-se acompanhante até agora completando um ano de trabalho.

Nina – Como surgiu a ideia de trabalhar neste meio?
Vic – Através de uma pesquisa escolar, na qual eu precisava ter domínio sobre a profissão, então ingressei e comecei a atuar no ramo.

Nina – E você apresentou o trabalho sobre acompanhante? Era um seminário? Como o pessoal da escola reagiu?
Vic – Sim. Eu já frequentava o meio liberal e por isso já pensavam que eu era acompanhante, mas só comecei mesmo depois dessa pesquisa. Apresentei o seminário sobre esse tema mesmo, relatando a minha experiência e foi motivo para ter mais burburinhos. Alguns professores tentaram me convencer a não continuar, no ponto de vista deles, esse era o caminho “mais fácil”. Percebi que ninguém sabia muito daquele meio e decidi continuar trabalhando.

Nina – Já conhecia pessoas na área?

Vic – Sim, minha mãe por determinado período chegou a trabalhar como doméstica em um prostíbulo, onde eu fiz amizade com algumas meninas.

Nina – Por onde começou, boate, casa de massagem ou anúncio?
Vic – Comecei anunciando em uma plataforma digital, na qual me senti segura.

Nina – Como foi seu primeiro atendimento?
Vic – Foi a melhor experiência que tive, pelo fato de ter sido acolhida, desejada e até mesmo elogiada. Coisas que fizeram minha autoestima ficar elevada.

Nina – Que tipos de elogios?

Vic – Me disse que eu era linda, gostosa, cheirosa e que tinha um corpão. Eu tinha dificuldade em receber elogios, foi algo que fui mudando e gostando, entende?

Nina – Você ficou nervosa para esse primeiro atendimento?
Vic – Fiquei muito nervosa, fui com a cara e a coragem, toda coberta e fiquei com vergonha até de tirar a roupa (risos).

Nina – Já te aconteceu alguma experiência muito ruim?
Vic – Sim. Como qualquer outra área de atuação existem seus contras, experiências boas e outras nem tanto.

Nina – Pode contar?
Vic – Sim, houve uma situação que o contratante queria que eu usasse drogas com ele e eu disse que não fazia uso. Ele me agrediu fisicamente, fui embora e preferi não fazer um boletim, pois a cidade é muito pequena e não é esse tipo de comentários que quero ouvir sobre o meu trabalho. Em outras duas situações, alegaram não saber que eu era mulher trans, mas na plataforma isso é muito bem dividido na chave de busca, então claro que sabiam.

Nina – Já se interessou ou se apaixonou por algum cliente?

Vic – Não, procuro ser muito profissional naquilo que estou fazendo, procurei congelar meu coração, para esquentar o meu corpo.

Nina – Usa de algum critério para agendar/selecionar seus clientes?
Vic – Sim, dou preferência para agendamentos de clientes fixos, e procuro não atender clientes da faixa etária dos 18 aos 25 anos.

Nina – Tem horário fixo para atendimento, ou fica disponível 24 horas?
Vic – Possuo horários de atendimentos específicos, das 13:30 até 2:00 horas da madrugada. Fora esses horários somente com agendamento e metade do valor do cachê antecipado.

Nina – Atende somente homens ou também mulheres e casais?

Vic – Atualmente atendo homens e casais.

Nina – Sua família sabe da profissão, se sim, como ela lida com isso?
Vic – Família e amigos, todos sabem a respeito da minha profissão. Procuro não opinar nas decisões deles com o intuito que eles não venham interferir nas minhas. Possuo até mesmo parentes que são meus clientes, como primo de segundo grau.

Nina – Consegue se relacionar, namorar ou ter ficante na vida pessoal, ou prefere só se relacionar profissionalmente?

Vic – Não faz parte do meu pensamento atualmente namorar, pois procuro me relacionar na maior parte profissionalmente, não quer dizer que não possa acontecer de rolar algo apenas momentâneo sem interesse financeiro, pode acontecer, como já aconteceu.

Nina – Já estipulou por quanto tempo pretende atuar?
Vic – Um prazo exato eu não estipulei, mas tenho planos de fazer filmes e outros trabalhos voltados para o conteúdo adulto a longo prazo.

Nina – Tem metas de atendimento por dia/semana/mês?
Vic – Sim! Eu sou uma pessoa que não possui muitos gastos, então eu tenho a noção que se eu fizer 10 atendimentos em um mês eu quito todas as minhas contas deste período.

Nina – Qual o melhor lado do seu trabalho?
Vic – Eu faço os meus horários, trabalho a quantidade de vezes que acho necessário, tenho a possibilidade de viajar, lucrar, conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes, entre outras coisas.

Nina – Qual o pior?
Vic – O pior lado é saber que muitas pessoas não puderam optar em estar na profissão, pois vivemos em um mundo capitalista onde muitos acompanhantes ainda são explorados no ramo, muitos não têm acesso às tecnologias que podem ser utilizadas a seu favor, o pior é saber que ainda tem pessoas que precisam se submeter a pressões, e vivenciar certas coisas.

Nina – Que conselho você daria para alguém que estivesse começando hoje?
Vic – Trabalhe, conquiste o que é seu, não se sinta superior a ninguém, e não pense que você vai ser uma acompanhante de sucesso quando conquistar algo, pelo contrário, você é uma acompanhante de sucesso todos os dias no trajeto que você está percorrendo.

Nina – Como conheceu a Fatal Model?

Vic – Através de uma pesquisa na qual o site foi me sugerido como o mais completo em questão de conteúdos e informações sobre o ramo.

Nina – E o que você mais gosta na plataforma?
Vic – A segurança, o acolhimento, e o suporte que a plataforma oferece para seus anunciantes, sem contar que é de uma forma super acessível a todos os públicos.

Gostou do bate-papo com a Victoria? Conheça mais da Vic através de suas redes sociais e também nas da Fatal Model.

@vidornelles_oficial
@fatalmodel_libertese

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