Ter uma fantasia sexual é algo normal, independente de gênero, seja uma mais simples, como fazer sexo em um lugar público, como umas mais inusitadas como, sei lá, desejar uma personagem de ânime. Nossa imaginação é fértil e está tudo bem.
O ménage é uma das fantasias mais comuns e já falei aqui na coluna como os casais podem buscar experimentar essa experiência que vale muito a pena.
Dessa vez, venho relatar uma fantasia pessoal que tive o prazer de ser realizada por um cliente bem parceiro que topou a ideia e nos presenteou com esse encontro um tanto especial.
Sempre imaginei como seria o sexo como uma mulher trans, compartilhei essa vontade com alguns clientes e várias vezes me ofereceram essa possibilidade de contratar uma para compartilharmos a experiência, mas eu ainda não havia tido coragem.
Até que recentemente a oportunidade bateu novamente a minha porta e decidi abrir e ver o que aconteceria. Meu cliente, que nessa altura do campeonato nossa intimidade estava mais para “amigos com benefícios”, me propôs fazermos algo diferente, de cara, lembrei dessa fantasia.
Buscando um perfil
A busca pelo perfil começou com base no que desejamos, uma acompanhante trans que atendesse casais, pois não adianta ver inúmeros perfis e depois ir perguntar se atendia ou não, isso toma muito tempo, então é melhor ser objetivo.
Depois meu critério foi as informações que a futura contratada dispôs no anúncio dela, a nossa tendência é gostar mais daquelas que deixam bastante informações do que gostam ou não. Esse texto, que normalmente é curto, dá uma noção da personalidade do acompanhante.
E por último e não menos importante, o aspecto físico. Embora não fosse o fator principal, obviamente era necessário escolher alguém que nos sentisse atraídos fisicamente antes de contratar a acompanhante.
Agendamento antecipado
Agendamos com uma semana de antecedência e recomendo que casais interessados nessa experiência também o façam pelo seguinte motivo: A acompanhante precisa estar disposta fisicamente.
A maioria dos profissionais trabalham com horários agendados, com pelo menos umas duas horas de antecedência, quando o casal entra em contato no final do dia querendo uma acompanhante para dali umas duas horas, tem grande chance de não encontrar o perfil que deseja, pois ela já pode ter compromissos ou já ter encerrado o dia de trabalho dela.
Minha dica para isso é: Agende ao menos dois dias antes. Dá tempo de todo mundo se organizar melhor.
A experiência
Não informamos a acompanhante sobre eu também ser uma profissional, nós a contratamos como um casal e pagamos (meu cliente pagou) o cachê também correspondente a esse tipo de serviço.
Não fiquei ansiosa pelo encontro, mas fiquei preocupada se sentiria alguma diferença no tratamento por eu ser mulher. Algumas colegas acompanhantes trans já haviam me avisado que a maioria das mulheres trans não são bissexuais, ou seja, não curtem outras mulheres.
Então meu medo era perceber, caso ela não curtisse o contato físico comigo. Será que eu sentiria a mesma coisa que muitos clientes me relatam? Que a acompanhante só está ali pelo dinheiro sem levar em consideração a pessoa que está pagando pelo serviço? Na dúvida, procuraria fazer daquele momento o mais agradável possível e entender se não desse química.
Quando a acompanhante chegou, eu mesma fui abrir o portão, ela entrou e passou direto para o quarto, colocou a bolsa na mesinha ao lado da cama e já se ajeitou ali mesmo, fui até ela para cumprimenta-la que de cara soltou um: “sou tímida”.
Pensei que de repente tivesse usando dessa tática para se resguardar um pouco e descontrair, mas não, de fato era muito tímida. Apenas disse: “o que vocês pedirem eu faço”. Isso me deu uma desanimada, esperava que ela conduzisse a situação para o que deixasse-a mais à vontade.
Infelizmente o resto do atendimento foi baseado apenas no que pedíamos para ela fazer, isso pareceu robotizado. Não houve atitude e nem curiosidade para nos conhecer um pouco, o que é totalmente o contrário do que faço nos meus atendimentos.
Não esperava que a moça trabalhasse como eu trabalho, cada uma tem um jeito de entrosar, porém, não houve e nem pareceu interessá-la. Há cinco anos no meio, segundo ela, tendo viajado para outros lugares, imaginávamos uma atitude mais receptiva.
O que poderia ser diferente?
Antes do contato físico, gosto de iniciar uma conversa para conhecê-los melhor um pouco e a conexão física ficar mais tranquila. Não é sobre ter química ou não, mas para que todos fiquem mais relaxados.
Se hoje eu fosse escolher outra acompanhante, independente do gênero, optaria pela que demonstrasse mais simpatia tanto no anúncio, quanto nas mensagens. Mesmo no papel de contratante, preciso sentir que a pessoa não está ali exclusivamente pelo dinheiro.
Somos totalmente independentes no nosso trabalho, podemos dizer não se achar que o momento não vai fluir de uma forma agradável, mas se o acompanhante aceita o trabalho, o certo, é fazê-lo o melhor que puder.
Quando apenas o sexo é ruim pode ser compreensível, nem sempre os corpos combinam. Mas um atendimento ruim, raramente vai ter outra chance, o cliente não volta.
O que aprendi com essa experiência? É que somos um mercado ainda no berço, quem quer ganhar a vida como acompanhante profissional, precisa, de fato, aprender a trabalhar.